A biotecnologia industrial, também conhecida como biotecnologia branca, utiliza organismos vivos, ou produtos derivados desses, para aprimorar os processos industriais e gerar materiais e produtos de alto valor agregado. Não está limitada a setores específicos: pode atuar na área química, farmacêutica, alimentícia e de energia.

Apesar de o termo “biotecnologia” ter sido cunhado recentemente, ela é aplicada há mais de 6 mil anos em processos fermentativos para a produção de cerveja, vinho, pão e outros. Não é incomum encontrar cervejarias seculares ainda em operação, como a Weihenstephan Abbey, que foi fundada em 1040 na Bavária (Alemanha). A vinícola Schloss Johannisberg (Alemanha), existente desde 1100, é outro exemplo de utilização medieval da biotecnologia. Podemos dizer que ambas empresas possuem bastante experiência no assunto!

No início do século XX, surgiu uma demanda mais intensa do uso da fermentação em escala industrial, além da área alimentícia, causada pela descoberta da penicilina em 1928. Este antibiótico, produzido pelo fungo Penicillium notatum, passou a ser fabricado industrialmente nos Estados Unidos (EUA), após o início da II Guerra Mundial.

 

Frasco antigo de penicilina produzido pelo Laboratorio Abbott (EUA). Fonte: Wikipedia

O termo “biotecnologia” ganhou mais prestígio em torno dos anos 70, devido ao desenvolvimento da engenharia genética. Por causa dessa nova ferramenta, que permitiu um novo horizonte de possibilidades, surgiu a “biotecnologia moderna”. A primeira empresa deste ramo é a Genentech, criada em 1976 por Robert Swanson e Dr. Herbert Boyer. Foi pioneira na utilização de técnicas de engenharia genética na área farmacêutica, destacando-se pela produção da primeira proteína humana (somatostatina) em bactéria (E. coli), em 1977. Nos anos seguintes, outros produtos biotecnológicos surgiram: insulina humana recombinante, hormônio de crescimento, etc. Hoje em dia, a Genentech pertence à empresa farmacêutica suíça Roche.

Atualmente, a biotecnologia industrial se propõe principalmente a substituir as tecnologias poluentes por outras mais limpas e ecologicamente corretas. Alguns exemplos são a produção de bioetanol, o reaproveitamento de lixo orgânico na geração de biogás, a obtenção de enzimas industriais sem explorar a natureza, etc.

Além de contribuir na diminuição do uso de matérias-primas fósseis e recursos naturais, a biotecnologia industrial é considerada tecnologia chave para a criação de soluções sustentáveis, contribuindo para resolução de desafios globais.

 

 

Caroline Salvati
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