A biotecnologia é considerada, tanto no Brasil como no exterior, uma área estratégica para o desenvolvimento econômico e tecnológico por sua capacidade de promover avanços no conhecimento, geração de empregos e desenvolvimento sustentável. Nós, brasileiros, podemos nos alegrar: nosso país possui um grande potencial de crescimento na área. Abaixo, estão relacionadas as razões para este fato.
Vasta biodiversidade
A natureza com toda sua cor, forma e variação. Fontes: Britannica, ICMBio e InBioVeritas.
A biodiversidade brasileira é considerada uma das mais ricas do mundo. O país é formado pelos biomas cerrado, pantanal, amazônia, caatinga, mata atlântica e pampa, além de possuir 3,5 milhões de km² de costa marinha. O número de espécies brasileiras descritas gira em torno de 170 a 210 mil, porém estima-se que existam em torno de 1,8 milhão de espécies. Essa imensa riqueza biológica representa uma riqueza genética incalculável, que pode proporcionar diversas moléculas interessantes, que são usadas como matéria-prima para a biotecnologia.
A natureza apresenta, portanto, um grande potencial na obtenção de novos fármacos ou produtos químicos. Nesse contexto surge a bioprospecção, um método utilizado para localizar, avaliar e explorar sistemática e legalmente a diversidade de vida existente em determinado local, em busca de recursos genéticos e bioquímicos com fins comerciais. A biotecnologia atua como aliada da conservação da biodiversidade: usando a tecnologia atual, é possível produzir a substância de interesse em laboratório, evitando a exploração da espécie em seu ambiente natural e evitando a degradação do meio ambiente.
Grande volume de produção científica
Fonte: Freepik
O Brasil é destaque pelo volume de produção científica, ocupando a 13ª colocação no ranking mundial de quantidade de artigos publicados. Somente no ano de 2015, foram 7262 artigos publicados na área de bioquímica, genética e biologia molecular, 12651 na área de ciência agrícolas e biológicas e 2548 na área de imunologia e microbiologia (dados do SCIMAGO). Além disso, o número de publicações aumentou mais de 4 vezes no período de 2001 a 2015, destacando o Brasil dos outros países da América Latina.
A maior parte da produção científica brasileira é oriunda de universidades. Na área de ciências da vida, o ranking organizado pela Nature destaca a USP, UNICAMP, UFMG e UFRJ. Nesta lista também figuram os institutos públicos de pesquisa Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e INPA (Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas).
Recursos humanos qualificados
Conforme informações do MEC, há 53 cursos de graduação em biotecnologia, seja bacharelado, engenharia ou tecnólogo, que juntos formam cerca de 400 profissionais por ano. Também há uma extensa preparação de recursos humanos a nível de pós-graduação: existem 45 programas na área de biotecnologia, conforme dados da Capes de 2013. Isso sem contar os programas de pós-graduação em áreas próximas, como Farmácia, Ciências Biológicas, etc. Há recursos humanos na área de biotecnologia de sobra!
Vimos que o Brasil possui a matéria-prima, o conhecimento e a estrutura necessária para inovar na área de biotecnologia. Vamos utilizar essas ferramentas para transformar o nosso país?!